sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

9 -- A Salvação

   


   Existem muitos casos de uma idéia genial que não atinge o seu verdadeiro potencial devido à uma pobre execução, o filme “9 – A salvação”, infelizmente, é mais um desses casos.

   O filme é um longa metragem de animação computadorizada criada pelo iniciante Shane Acker. O filme é produzido por ninguém mais do que Tim Burton (Edward Mãos de Tesoura, A Fantástica Fábrica de Chocolates)  e, para os que conhecem, também é produzido pelo russo Timur Bekmambetov (O Procurado), outro diretor que tem um estilo próprio bem característico.

   Apesar do conceito do filme ter sido criado pelo próprio diretor (Acker), o filme pode muito bem ser vendido como uma criação de Burton e, com certeza, as pessoas mais desavidadas nem saberiam dizer que não é, devido ao tom sombrio e a aparência “gótica” do filme, características que já se tornaram marcas registradas de Tim Burton.

   “9” conta a história de um mundo pós-apocalíptico onde os humanos foram dizimados após uma guerra contra as máquinas, que agora dominam o mundo, e os únicos sobreviventes são 9 bonecos de pano criados por um cientista antes de sua morte. Agora esses bonecos precisam lutar para acabar com essa ameaça que são as máquinas.

   O ponto forte do filme são os visuais, onde Acker idealizou um incrível mundo desolado pela guerra contra as máquinas que, por algumas dicas visuais, parece ter acontecido durante o período da guerra fria, o que da um ar daqueles filmes “trash” de ficção científica. Como os bonecos são pequenos, o diretor sempre coloca em cena objetos cotidianos para criar um senso de escala e ficar claro como os pequenos bonecos são, quase, indefesos contra as máquinas.

   O filme peca um pouco em seu roteiro, que parece um pouco “corrido” em momentos e dá a impressão de que o fio de narrativa só está lá para ligar uma cena de ação à outra, deixando muito a desejar no que poderia ser uma narrativa interessante, como foi a do curta-metragem “9”, que foi o trabalho de conclusão de curso do diretor na sua faculdade e que, mais tarde, impressionou os grandes nomes, que produziram o filme, e fizeram com que esses diretores renomados dessem o sinal verde para Acker transformar o seu pequeno trabalho em um longa.

   Apesar dos brilhantes 15 primeiros minutos onde não existe nenhum diálogo, “9 – A salvação” é um filme divertido que não alça o voo que poderia, já que nunca atinge o seu potencial. Com boas cenas de ação e um desfecho interessante o filme não passa de uma boa diversão.


6.5 / 10


OBS: "9 -- A Salvação" já está nas locadoras.