quarta-feira, 30 de setembro de 2009

District 9





O filme Distrito 9 estreiou nos EUA a quase um mês já e desde que começaram a sair os virais para promover o filme eu já tinha ficado muito empolgado em assistir esse que, pelo pouco que tinha visto, parecia ter uma premissa bem original para um filme de ficção cientifica. Foi então que descobri que já tinha uma cópia em qualidade de DVD rolando pela internet então não consegui segurar a curiosidade e baixei para ver o filme.

Vou dizer que pretendo ir no cinema ver de novo!

O filme mostra uma Joanesburgo alguns anos no futuro onde alienígenas vem vivendo com os humanos a pelo menos vinte anos. Mas essa convivencia não é pacífica, já que rola um preconceito com os ET’s, carinhosamente apelidados de “camarões”. Essas criaturas vivem em um bairro cercado chamado “Distrito 9”, que é,  basicamente, uma favelona. O personagem principal é Wikus Van De Merwe, um funcionário da MNU, uma espécie de ONU da ficção.

Assim como o filme Up, acho que contar mais sobre a história do filme pode estragar a experiência de assisti-lo, já que é um filme que tem um quê de “fresco” em sua originalidade (não consigo pensar em nenhum filme como esse).

Distrito 9” tem um tom muito politizado, coisa que não é comum em ficções científicas e acho que é esse tom e a premissa pouco convencional, que coloca os extraterrestres tentando conviver na sociedade com os humanos, que tornam esse filme diferente e, por consequencia, um filme que deve ser assistido.

Outro ponto forte dessa produção são os efeitos especiais que foram feitos pela empresa do Peter Jackson (de O Senhor Dos Anéis, que aqui fica com o cargo de produtor) que são espetaculares em criarem as criaturas que parecem reais. O mais impressionante é que esses efeitos especiais de qualidade das maiores produções de Hollywood foram feitos com, supostamente, apenas 30 milhões de dólares (!!), o que é uma quantia impensável para uma produção desse tipo.

O cargo da direção fica com o estreante Neil Blokamp que faz um ótimo trabalho colocando um estilo próprio que casa muito bem com o tom de documentário/câmera na mão. Esse filme é uma estréia impressionante e deixa você pensando o que esse cara poderia ter feito com o filme baseado no jogo de videogame Halo que era para ter sido o 1º projeto dele antes de ter sido cancelado pelo estúdio.

Distrito 9 é um filme original, com uma história bem diferente e legal e com ótimas cenas de ação. Na minha opinião é uma das melhores produções de ficção científica dos últimos anos. Recomendo muito irem checar o filme quando sair nos cinemas aqui no Brasil.


9/10

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Paramore - Brand New Eyes

Paramore aproveita o crescimento dos integrantes para fazer o seu álbum “mais maduro”, o que impressiona, pois chamar esse álbum de “maduro” não é só uma desculpa para justificar um trabalho medíocre e sim mostrar que os integrantes estão mais conscientes e confiantes nas suas habilidades como compositores.


Quando a banda Paramore lançou o seu 1º disco “All we know is Falling” em 2005, Hayley Williams (vocalista) tinha apenas 16 anos e quando lançaram o 2º disco “Riot!” Hayley ja tinha 18 anos e dava para perceber essa mudança, bem sutilmente, em suas letras e músicas. Agora Hayley está com 20 anos e Paramore está lançando o disco “Brand New Eyes” e parece que ela amadureceu bastante entre o último disco e esse novo trabalho.


Riot!” foi um sucesso muito grande, tão grande que até trouxe a banda para o Brasil, e era caracterizado por um som bem pop-punk com todas as variedades de “woah-oh” que você pode imaginar. Algumas músicas até mostravam um pouco de consciência adulta (“Hallelujah”) mas algumas músicas eram pegavam pesado no lado adolescente, contando histórias de vadias que roubaram o namorado de Hayley na escola (“Misery Business”). Em “Brand New Eyes” vemos uma Hayley muito mais consciente e confiante nas composições de suas letras, com trechos bem pessoais e que mostram como uma garota , com todos os seus problemas de estar virando adulta e todos os conflitos na banda, se sente.


Na parte instrumental não teria nada a reclamar, porém o que é perceptível na discografia do Paramore é que a cada cd Hayley foi ficando 10 vezes, enquanto a banda ia ficando, digamos, 3 vezes melhor. Não estou dizendo que eles são ruims nem nada, mas é que o progresso que Hayley teve ofusca um pouco o instrumental da banda.


O cd tem um tom diferente dos outros trabalhos da banda. Nesse álbum vemos composições que estão mais para Rock Alternativo do que para o pop-punk. Algumas músicas me lembram bastante um som a-la Alanis Morrissete, devido ao tom mais down e as letras confidentes. “Brand New Eyes” tem de tudo, músicas mais rápidas (“Ignorance”), baladas acústicas (“The Only Exception” e “Misguided Ghosts”) e, como ja havia dito, músicas um pouco mais lentas do que o Paramore normalmente faz (“Turn It Off”).


No fim das contas “Brand New Eyes” é um ótimo cd. As letras estão melhores do que nunca, as músicas são diferentes, o que é bom porque ninguém queria mais do mesmo. Esse disco lembra bastante alguns momentos do “All We Know Is Falling”, só que melhor....


Agora é só torçer para que eles voltem para o Brasil, porque se depender da acessibilidade desse disco, jaja eles estarão de volta.


8.5/10

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Brand New - Daisy


Ahh Jesse Lacey....com você não tem erro mesmo....

A banda Brand New acaba de lançar o seu novo cd, entitulado "Daisy", mas não se enganem pelo nome fofo...o cd é foda...com algumas das músicas mais pesadas da carreira da banda e um "novo" som para uma banda que possuí uma das discografias mais constantes e impressionantes de hoje em dia.
Para dar uma situada, o último cd do Brand New tinha sido o, ótimo "The Devil And God Are Raging Inside Of Me" de 2006. Desde então a banda passou por alguns momentos díficeis e foi até duvidável de que esse álbum fosse sair. Agora 3 anos depois, o disco finalmente vê a luz do dia.

Ainda bem que esse disco saiu....

Assim como o TDAGARIM o Brand New continua com sua levada um pouco mais dark, porém esse cd é um pouco diferente do resto da discografia da banda, porque o, possessivo, vocalista e compositor Jesse abriu espaço para o guitarrista Vinnie escrever grande parte do CD. Então o que vemos aqui é uma pequena "mudança de ares" levada por uma pequena experimentação ("Be Gone") que poderá dividir as opiniões dos fãs da banda.

Algumas reviews ja compararam o som desse cd com o do "In Utero" do Niravana e eu tenho que concordar. O som está bem "crú" em relação a produção e leva bastante aquela dinâmica de leve/pesado que o Nirvana tem, onde o Kurt cantava partes e nas partes mais "vivas" da música, soltava a sua garganta nos berros. É assim que fica caracterizada a 1a faixa do cd "Vices" que te atinge que nem um soco na cara. A faixa "Sink" também se aproveita disso para mostrar esse lado mais agressivo do Brand New, lado que, quase nunca visto antes, impressiona.

Ouvindo a opinião de várias pessoas que curtem a banda deu para perceber que esse disco é muito relativo (tem muita gente amando e muita gente odiando) então ele sofre desse caso de polarização do ouvinte, o que é uma pena, por que um dos melhores momentos da carreira da banda estão presentes aqui.

Tenho que dar destaque a 3 faixas em especial "At The Bottom", "You Stole" e a faixa-título "Daisy", essas três músicas estão, na minha opinião, entre as mehlores músicas ja escritas pelo Brand New. A 1a delas é o single do álbum e apresenta letras sensacionais que só o estado de espírito "down" de Jesse pode nos oferecer, letras como:

And there's a lake
And at the bottom you'll find all our friends
They don't swim cause they're all dead
We never are what we intend or invent

mostram bem o ponto de vista meio mórbido que Jesse tem sobre a vida, mas no fundo essas letras são bem profundas e te dão bastante no que pensar.

A 2a faixa mencionada ("You Stole") é o épico de 6 minutos do cd, muitos estão chamando essa faixa de a "Limousine desse disco", pois apresenta uma dinâmica bem parecida, mas, apesar de Limousine ser uma das minhas músicas favoritas, essa faixa é mais bonita e muito mais atmosférica.

Por último temos "Daisy", uma música simples, mas que apresenta uma melodia e letras que me impressionaram.

Em conclusão, "Daisy" não é o melhor álbum do Brand New, mas também não é o seu pior disco. Com incríveis momentos (as faixas mencionadas acima) e alguns momentos ruims ("Gasoline") esse cd é mais um trabalho sólido que esses caras lançaram. Boatos dizem que esse é o último que eles irão lançar...se isso for verdade, pelo menos eles estão indo embora em grande estilo....

9/10

Download: "Daisy", "At The Bottom", "You Stole" e "Limousine (RS Rebridge)"

www.4shared.com/dir/20650829/9913f01f/Brand_New.html
pass: wethebeggars

terça-feira, 15 de setembro de 2009

UP! - Altas Aventuras


Ontem a noite fui assistir ao novo filme da Pixar, Up.

Assim como todo mundo já deve saber o filme conta a história de um velinho rabugento que amarra a sua casa em milhares de balões e parte em direção a uma aventura na América do Sul, porém, sem querer, acaba levando consigo um pequeno escoteiro atrapalhado.

Só de pensar pela dupla inusitada de protagonistas do filme já fica meio díficil acreditar que esse é um dos mais divertidos e, discutivelmente, o melhor filme da Pixar (o que é grande coisa, devido ao impressionante catálogo da produtora).

Para não contar mais detalhes que possam estragar a história do filme, serei breve em dizer o que tenho para dizer.

É incrível como a Pixar tem um jeito de criar personagens tão memoráveis e adoráveis a cada filme que fazem, seja Woody e Buzz do clássico Toy Story, ou o pequeno Nemo de Procurando Nemo, a Pixar sempre criou personagens memoráveis e em Up não é diferente. Carl e Russel, os dois protagonistas, são sensacionais. Engraçados, tocantes e muito simpáticos.
Outro fato que é impressionante é como a Pixar consegue desenvolver esses personagens durante o filme, só na sequencia de abertura, que deve durar uns 15 minutos e tem poucas falas, o filme consegue desenvolver a história de seu protagonista melhor do que muitos filmes que estão por aí.
Up tem de tudo: momentos emocionantes, momentos engraçados, momentos de reflexão, momentos de puro nonsense...E é essa combinação, tão inusitada quanto os seus protagonistas é que faz o filme tão maravilhoso. Pode-se dizer que Up é uma montanha-russa de emoções e essa é uma montanha-russa que adorarei revisitar antes de morrer.

Com a Pixar não tem erro, isso todo mundo sabe, e Up não é só mais um acerto deles. Muito provavelmente é o maior acerto deles.


9.5/10

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Anti-Cristo (2009)




Anti-cristo
é um filme de Lars Von Trier (para quem não conhece, ele foi o diretor de Dogville, com Nicole Kidman), diretor que adora inovar em seus filmes, como em Dogville (no qual os cenários não passavam de linhas no chão delineando casas da pequena cidade), nesse novo trabalho Von Trier decide chocar o público, e quando digo decide, ele realamente ira te chocar, desde sua, incrivelmente bela, trágica e quase pornográfica cena de abertura (filmada totalmente em câmera lenta e preto-e-branco) até as cenas de "tortura" e sexo, que ocorrem ao decorrer do filme.
Quando eu menciono "tortura" é preciso dizer que esse é o 1o filme de "terror" na carreira do diretor e conta a história de um casal que perde o seu filho bebê em um acidente e depois disso entram num processo de luto. Enquanto a mulher sofre absurdamente, o marido, psicólogo, é mais racional e tenta ajudar a esposa a superar essa depressão levando-a para a cabana que eles possuem nas montanhas.

Von Trier sempre busca contar as suas histórias de modos inventivos, nesse filme ele divide a história em 4 capítulos: "Luto", "Dor (Caos Reina)", "Desespero (Ginocídio)" e "Os três mendigos" além de um Prólogo e um Epílogo. Outra coisa que chama a atenção é existem apenas 2 atores na grande maioria do filme, o homem (Willem Dafoe, de Homem Aranha) e a mulher (Charlotte Gainsbourg, de 21 Gramas).
Tendo uma duração de quase 2 horas o filme pode parecer cansativo em partes, mas acredito que isso é intencional. Acredito que isso é feito para fazer parte da experiência de sentir-se acabado que o diretor tenta passar ao público atravéz do sofrimento dos personagens.

O filme pode ser descrito como uma viagem bizarra pela cabeça de um dos melhores cineastas de hoje em dia. Porém essa é uma viagem que tem que ser feita com conciência, como ja disse, esse é um filme muito pesado e tenso, então é preciso ir ao cinema com a intenção de assistir um filme artístico.
É incrível a ousadia do diretor de fazer um filme extremamente diferente dos padrões hollywoodianos, com todas as "fórmulas do sucesso" hoje em dia, é díficil ver um filme tão vanguardista e sem pudor desse jeito.

Na minha opinião esse filme é uma experiência que tem que ser aproveitada antes de tentar entende-la.
Um filme chocante que lembrarei para o resto da minha vida.

8,5/10