sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O Informante




O Informante é um filme que beira à perfeição, com uma ótima direção, performançes excelentes de todo o seu elenco além de uma história envolvente e emocionante.

Michael Mann é um cara extremamente talentoso. Diretor de filmes como Fogo Contra Fogo, Colateral e Miami Vice, ele sabe como fazer um filme denso e emocionante, com histórias muito mais elaboradas do que o thriller básico que inunda o cinema atual, é uma pena que O Informante não é tão lembrado  como deveria pelas pessoas hoje em dia.

O filme conta a história real de um caso que aconteceu com o programa “60 Minutes” nos anos 90, quando enfrentou vários problemas jurídicos ao tentar transmitir uma entrevista que iria expor os podres da indústria do tabaco. A trama é vista através do ponto de vista de um recém demitido executivo da indústria do Tabaco, chamado Jeffrey Wigand (Russel Crowe de Gladiador) e do produtor do programa “60 Minutes”, chamado Lowell Bergman (Al Pacino de Um Domingo Qualquer).

O filme pode ser dividido em duas grandes partes com um prólogo e um epílogo. A 1ª delas acompanha o ponto de vista de  Wigand quando é demitido e decide abrir a boca sobre a a indústria para quem costumava trabalhar e é aí que tudo desanda, a personagem começa a receber ameaças de morte, sua esposa se divorcia dele e acompanhamos todo o processo em que ele pondera se deve ou não falar. Na 2ª parte acompanhamos Lowel Bergman e toda a sua luta com a administração da rede de tv para qual trabalha, que está cancelando a transmissão da entrevista com Wigand pois está com medo das retaliações legais que virão se o programa fosse para o ar.

As performances dos protagonistas Al Pacino e Russel Crowe são magníficas. Não consigo me lembrar de nenhuma atuação melhor de Crowe, que nesse filme está perfeito no papel do ex-executivo que vê a sua vida entrar numa espiral decadente quando decide falar com a imprensa sobre os podres que a indústria do tabaco esconde tão bem. Al Pacino está em seu último grande papel ante dos anos 2000 quando pareceu que perdeu toda a seu bom senso na hora de escolher projetsos e, também, a sua habilidade de atuar. O elenco de apoio também está muito bem em seus papéis, com destaque para Christopher Plummer que faz o papel de Mike Wallace, apresentador do programa “60 Minutes”.

Mann é conhecido por sua precisão como diretor, ele analisa tudo meticulosamente antes de fazer qualquer coisa, ou seja, todos os seus enquadramentos e cortes, a sua trilha sonora, é tudo pensado. Em O Informante, acredito, que não existe nada que poderia ser mudado ou melhorado. Tudo está perfeitamente colocado no filme e não há nada que ninguém conseguria idealizar melhor do que o diretor já fez; como já disse no começo da resenha esse filme beira à perfeição.
A transição entre as partes principais é tão sutil e bem colocada que nem percebemos acontecer e a introdução do filme onde vemos a personagem de Al Pacino conduzindo a entrevista no Oriente Médio não tem nenhuma importancia para a história própriamente dita do filme, mas mostra o caráter de quem é Lowel Bergman que acaba sendo um dos pontos centrais do argumento da história, tornando a cena extremamente bem colocada no contexto geral..

Infelizmente nunca havia assistido essa obra prima que é O Informante, mas ainda bem que assisti e recomendo a todos assistirem, pois esse é um filme extremamente poderoso com uma história muito próxima da gente (quantos amigos, parentes etc. Não fumam?) e muito pouco valorizado, o que é uma pena. Vendo que Beleza Americana ganhou o Oscar em 1999 quando concorria com O Informante prova que a Academia não sabe de nada, esse filme merecia todos os 7 Oscar’s que concorreu e, na minha opinião, mais uma dúzia de outros prêmios.


9.95/10

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