Mark Hoppus e o Motion City Soundtrack dão uma de Coppola e mostram que, assim como O Pderoso Chefão pt. II foi melhor que o primeiro filme de trilogia, uma sequência pode ser melhor que o original.
Um pouco menos de 3 anos após o lançamento de seu último álbum, Even If It Kills Me, o Motion City Soundtrack volta com o seu novo trabalho e o 1º lançamento em uma major label dos EUA, a Columbia. Esse novo trabalho, entitulado My Dinosaur Life, é o 2º disco da banda a ser produzido por Mark Hoppus, o baixista do blink-182.
Quase sempre categorizada como uma banda de pop punk, o MCS em cada trabalho ficava tendendo para um lado do espectro mais do que do outro, por exemplo, o 1º disco I am The Movie tinha uma pegada bem punkzinha e o último trabalho deles, Even If It Kills Me era bem mais pop açucarado. Apesar de ser um lançamento de uma major, o Motion City Soundtrack levou o seu som de volta ao lado punk do espectro com esse novo trabalho, o que surpreendeu muita gente, pois todos imaginávamos que devido à influência da gravadora, a banda seguiria a linha do último trabalho, fazendo um som mais pop direcionado às massas.
A cada trabalho da banda era visivel o progresso na qualidade das letras do MCS, não que elas ja foram ruins algum dia, mas é que ultimamente o vocalista e letrista Justin Pierre vinha aperfeiçoando a sua caneta e apresentando letras sensacionais, cheias de menções à cultura pop-nerd e muito inteligentes. Nesse trabalho o cara continua progredindo escrevendo letras incríveis, destaque para o refrão da música “Pulp Fiction” que é o perfeito exemplo das tiradas inteligentes do Justin:
Black and white and cheaply put together like a slasher film
Torn in opposite directions
The plot sucks but the killings are gorgeous
God damn, these killings are gorgeous
Torn in opposite directions
The plot sucks but the killings are gorgeous
God damn, these killings are gorgeous
Em relação ao instrumental da banda, podemos dizer que é uma progressão em relação ao último trabalho, já que como a banda voltou para a pegada mais punk estão presentes guitarras com mais peso e as músicas são mais velozes. Apesar do baterista ter tido problemas logo antes da gravação do disco, ele quebrou o braço e ficou um tempo parado, ele se saiu muito bem no álbum e continua mostrando suas habilidades em levadas criativas para as músicas.
O álbum tem várias músicas que irão se tornar clássicas do MCS, o 1º single “Dissapear” que mostrou a volta da banda à pegada agressiva, a divertida ”@!#?@!” com sua ótima referência ao Ocarina Of Time e tema absurdo, além da já citada “Pulp Fiction” que apresenta uma das melhores letras que o vocalista ja escreveu. Vale ainda citar outros destaques do disco, como: “Stand Too Close”, “Skin and Bones” e a última faixa do disco “The Weakends”, que resume o trabalho apresentado, mesclando agressividade com melodias suaves e mais um exemplo de ótimas letras.
Das 12 faixas do cd só teve uma que não me chamou a atenção e eu até costumo pular ela quando ouvindo o cd (“History Lesson”), porém essa música é a única coisa que consigo pensar que não me agradou no álbum.
My Dinosaur Life é o que uma sequência deve ser, uma expansão das características que deram certo na 1ª vez e nesse quesito o Motion City fez um ótimo trabalho, achando um meio termo entre o som do Even If It Kills Me e o som da era Commit This To Memory/I Am The Movie. Com letras memoráveis e músicas clássicas no estilo MCS, esse trabalho, com certeza está entre os melhores da banda.
9.5 / 10
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